Desde tempos imemoriais, a relação entre humanos e animais tem sido uma parte intrínseca da nossa sociedade. No entanto, recentes pesquisas científicas têm vindo a corroborar algo que muitos já sentiam intuitivamente: a capacidade de amar e estabelecer laços profundos com os nossos animais de estimação. Eu mesmo sou um exemplo vivo dessa conexão emocional única. À medida que os limites entre o reino animal e humano se desvanecem, torna-se cada vez mais claro que é possível nutrir um amor genuíno por um animal de companhia, equiparável ao sentimento que se tem por um filho ou outro membro da família.

O elo estreito entre os donos e os seus animais de estimação é uma confluência de fatores complexos. Em uma era em que a proximidade e a interação diária entre seres humanos e seus companheiros de quatro patas são comuns, não é surpresa que um vínculo emocional profundo se desenvolva. No entanto, essa ligação transcende a mera convivência. Trata-se de uma simbiose que dá origem a uma unidade familiar singular, onde duas espécies distintas compartilham não apenas espaço físico, mas também uma conexão afetiva notável.

Tudo o que querias saber sobre as famílias multi espécie

A ciência, por sua vez, não apenas valida essa ligação emocional, mas também a explora e aprofunda. O relacionamento entre seres humanos e seus fiéis amigos caninos e felinos é um exemplo primoroso disso. Estudos científicos têm documentado os laços complexos entre humanos e animais de estimação, demonstrando a liberação de hormônios como a ocitocina - frequentemente associada ao vínculo mãe-filho - em resposta à interação entre donos e seus animais de companhia.

Contudo, apesar das evidências, ainda há quem encare esses laços como um exagero. No entanto, as mentalidades estão em constante evolução. O status dos animais de companhia está a passar por uma mudança significativa, à medida que cada vez mais indivíduos reconhecem e aceitam a presença dos seus animais como parte integrante da família. Mesmo que nem todos compartilhem dessa perspectiva, é inegável que a tendência aponta para uma maior aceitação desse paradigma.

Os laços profundos entre humanos e seus animais de estimação têm demonstrado uma extensão impressionante. O luto experimentado por famílias que perdem um animal de estimação é uma ilustração dolorosa dessa conexão. Estudos recentes indicam que muitos passam pelas mesmas fases de luto experimentadas na perda de um ente querido humano. E, à medida que a definição de família se expande, a decisão de optar por adotar um animal de estimação em vez de ter filhos é cada vez mais comum.

Olhando para a minha própria experiência, posso confirmar essa mudança de paradigma. Optei por não ter filhos, mas isso não impediu que formasse uma família com as minhas queridas companheiras de quatro patas, Becas e Egas. A maneira como os cuido e as trato é comparável à dedicação que teria a um filho, assegurando o seu bem-estar e saúde de maneira semelhante.

Em resumo, o conceito de uma família multiespécie está a emergir como uma realidade cada vez mais aceita. A ideia de que os animais de estimação são simplesmente seres que coabitam o mesmo espaço está a ceder lugar à percepção de que eles são membros valorizados e queridos da família. No final, o amor incondicional que temos pelos nossos animais de estimação reflete a nossa capacidade de estabelecer conexões significativas além das fronteiras da espécie, tornando a família um grupo diversificado e enriquecedor de laços afetivos. 

E tu, onde te encontras nessa jornada de conexões multiespécie? Desafio-te a partilhares comigo no instagram, uma fotografia da tua família.

Etiquetas: animais de companhia, Conexão emocional, Relação entre humanos e animais, Unidade familiar, Vínculo afetivo